E o fim da Poesia, quedê?

segunda-feira, março 24, 2014 Igraínne 0 Comments


Olá, pessoas lindas conectadas ao LJornal! Como andam? Estão bem? Com sono? Fome, tédio? Andou refletindo sobre coisas demais hoje? Não? NÃO? Impossível. Im-pos-sí-vel. Afinal de contas, todo mundo fica todo dia pensando sobre coisas aleatórias, como quando toca uma música legal ou quando tá passando o Carnaval na rede Globo de televisão. Mas você refletiu sobre outros assuntos  no dia de hoje? Coisas como o fim da poesia, por exemplo, quem sabe?

O que seria será de nós sem ela (quase oxigênio -nn)???

Mas o post não é sobre isso, embora você, lindo leitor, estivesse (ou esteja) esperando por algo mais simbólico e bonitinho de se ler. O post de hoje talvez nem seja bonito, se você olhar por um certo ângulo.

Eu tinha muito isso de ser escritora de gaveta - quem nunca? - e por conta da onda incrível e enlouquecedora do Clube de Escrita, algumas coisas me vieram à tona por simples suposição. Quer dizer, a maioria de nós escreve histórias em prosa. 

E dá pra contar histórias de outro jeito? 
Dá.

Quero dizer, hoje em dia poesia nem regra tem, o que diferencia é a simples marcação de versos, porque texto corrido percorre (evidentemente) a linha toda, né, pessoinhas? Mas o que eu estou tentando dizer é que esqueceram da poesia. Escritores de gaveta ou não, todos nós sempre acabamos colocando nossas ideias no papel no formato convencional.

E o Harry Potter não poderia receber sua carta de boas vindas à Hogwarts por uma poesia? E nós, lindos leitores inspirados no que lemos, não poderíamos comprar poesia da maneira que compramos os livros de texto corrido?

>> A poesia da Melodia no Dia a Dia... Você faria?
Em tese, todo enredo pode ser transformado em poesia, em estrofe. Fiquei com isso na cabeça nesse Carnaval, principalmente. O enredo de cada escola é transformado em samba que, antes de mais nada, é história rimada, estruturada, ritmada. E esse samba conta uma história, não?

É aí que chegamos ao ponto: música!!! Quero dizer, música é música né, gente, é meio óbvio. As rimas, o refrão, as notas, tudo isso parte de uma coisa mais bruta que chamamos de poema. Se toda música é poema, todo poema é música? Então todo compositor seria algum tipo de criador requisitado pelas gravadoras. A Sandy, por exemplo, fez faculdade de letras e na prática só compõe (até porque ela tem renda pra três gerações, não precisa se preocupar em dar aula, né minha gente?)

Mas e você? Você escreve poesia, você escreve música? A melodia de cada passo que você dá - mesmo que seja só até a cozinha para pegar um copo d'água - você já pensou em transformar isso em algum tipo de arte, seja ela cantada ou lida? Eu acho que qualquer coisa dá pra transformar em poema, qualquer coisa. É só sentar e escrever, deixar sair no jorro, de uma só vez. Sem se preocupar com rima (ou se preocupar, aí é com você, cada um tem um jeito).



>> A recepção
E você compraria? Porque assim, há uma avalanche de fenômenos literários que lotam todas as prateleiras de qualquer livraria. E nenhum desses best sellers é escrito em verso. Não estou dizendo que poesia não está à venda, mas sim que poesia não vende. Há uma enorme diferença.

Eu tenho a sensação de que a cada dia menos há espaço para esse tipo de coisa no mercado editorial. Não porque não é uma coisa boa, bonita, não que não seja arte - acho que é até mesmo a arte mais bruta que existe atualmente, menos poluída para fins comerciais - mas o fato é que não vejo jovens, adultos ou crianças parando na parte de poesia em vez de parar na parte de ficção. E desde quando uma coisa exclui a outra, não é mesmo?

É aquela velha história de que o dinheiro tem acabado com a poesia. Hoje em dia o poema se voltou para ele mesmo, os versos que escrevemos não são mais publicados, e sim engavetados. Nós preferimos prestar atenção a outras ideias que temos durante a noite: a ideia da narrativa. Porque estamos acostumados a ela. É mais fácil, mais convencional, está tão incorporada que escrever uma grande aventura de outro modo não é nem uma possibilidade.

Afinal de contas, a aventura em poema mais famosa que existe é "Os Lusíadas" de Camões, e sabemos que não vamos ler um fenômeno do tamanho de Harry Potter em forma de verso nos dias atuais.

A pergunta inicial do post, a que dá título a tudo isso ("E o fim da poesia, quedê?) me faz pensar em um fim anunciado. Um fim que já chega nas livrarias quando cortam a sessão de poesia para dar vazão aos novos livros de enredo erótico e sadomasoquista. E, ao mesmo tempo, essa mesma pergunta me fez perceber que, embora tenha um fim anunciado, a poesia não vai sumir, ela só vai sofrer alterações. O tumblr é uma rede social que defendo bastante, não por ser uma usuária assídua, mas porque lá as pessoas escrevem poesia. E poesia do tipo que eu estou falando. Aquela que está viva de verdade.


Mas a pergunta em si ainda está em aberto. Você acha que a poesia vai acabar? Como o nome já diz, é uma discussão, queremos a sua opinião! Comente!


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